domingo, 25 de fevereiro de 2018

Dérbi é dérbi

Freguês, o Palmeiras amargou a quarta derrota consecutiva para o Corinthians. Foto: Daniel Augusto

"O momento do Corinthians não é bom, acho que vai dar Palmeiras”. Essa foi a frase mais ouvida durante a última semana por conta do baixo desempenho do Corinthians no campeonato paulista antes do Dérbi: foram duas derrotas e um empate para times inexpressivos. Porém, o risco em se palpitar sobre o resultado de um clássico é que clássico é clássico, e é uma loucura assegurar qual será o resultado da partida antes de a bola rolar.

A semana já começou com o pensamento de que o Corinthians teria, no final de semana, o maior rival pela sua frente. Na quarta-feira, portanto três dias antes de o juiz decretar o início do Dérbi, percebeu-se que o elenco não era lá grandes coisas. A diretoria, para tentar sair do vermelho, vendeu o artilheiro do brasileirão do ano passado, e de quebra contratou mal, ou não contratou. Não há lateral esquerdo, zagueiro e centroavante. Em suma, não há como ficar feliz. O time segue na penumbra.

Ao longo desta semana, torcedores de Corinthians e Palmeiras verão o peso do resultado do Dérbi. Os times irão estrear na Copa Libertadores, mas antes do ponta pé inicial no torneio continental – o Corinthians vai a Colômbia enfrentar o Millonarios, na quarta-feira, enquanto o Palmeiras visita o Atlético Junior, em Barranquilla, também no pais de Gabriel Garcia Márquez – já é possível afirmar que o resultado não teve um título nada agradável aos alviverdes: o Palmeiras é o maior freguês corintiano neste século.

Desconfiante, o Corinthians conseguiu, com os gols de Rodriguinho e Clayson, emplacar a quarta vitória seguida contra o Palmeiras.  O retrospecto alvinegro diante do maior rival não podia ser melhor: até agora são 52,17% dos pontos disputados no Dérbi desde 2001, sendo 19 vitórias, 15 empates e 12 derrotas. Sobre o jogo deste sábado, o atacante Renê Junior disse que o time teve volume de jogo. “Conseguimos rodar bem a bola. Tivemos volume de jogo”, afirma o atacante durante conversa com jornalistas após o jogo.

É inegável a vocação de ressurgir das cinzas do Corinthians, que no ano passado venceu o Palmeiras e três rodadas depois sagrou-se campeão brasileiro. Do lado alviverde, porém, nem tudo é felicidade. A Crefisa, principal patrocinadora do time, injetou milhões na equipe, montando um elenco milionário que conquistou apenas o Brasileirão de 2016 e nada mais.

O jogo

O técnico Fabio Carille optou por modificar a formação tática do Corinthians para o Dérbi contra o Palmeiras. A escolha surtiu efeito e confundiu os rivais. Mas nas chegadas ao ataque do alvinegro o verdão se beneficiou da ineficiência corintiana e criou as melhores oportunidades de gol nos primeiros 30 minutos. Não passou disso.

Por outro lado, a estratégica de Carille uma hora demonstrou resultado prático. Aos 39 minutos, o meia Rodriguinho recebeu na entrada da área, deixou dois marcadores sentados e bateu de esquerda, no lado direito de Jailson. Golaço.

Melhor no segundo tempo, o Corinthians pressionou o rival até conseguir sofrer o primeiro pênalti. Aos 14 minutos da etapa final, o árbitro Raphael Claus esperou o Timão concluir uma jogada ofensiva para assinalar a penalidade do arqueiro palmeirense em Renê Junior.

Por conta da falta, que teve a trava da chuteira de Jailson na coxa de Renê Junior, o juiz decidiu expulsar o goleiro alviverde. Fernando Prass entrou no lugar de Lucas Lima, mas o meia Jadson bateu a penalidade para fora.

O capitão Dudu ainda cometeu outro pênalti sobre Rodriguinho, aos 37 minutos da etapa final. No burburinho por conta da decisão do assoprador de apito, o dono da braçadeira de capitão palmeirense insinuou que sua equipe deixasse o campo. Clayson, que não tinha nada a ver com a decisão do juiz, converteu a cobrança, selando a vitória do Timão.


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Inquestionável

Amigo sofredor, faltam apenas 90 minutos para a Fiel torcida soltar o grito de “é campeão”. E isso pode acontecer hoje (15), às 21h45, diante do Fluminense, na Arena, que deve receber mais de 45 mil pessoas. A expectativa é de que a comemoração do heptacampeonato – sim, o alvinegro levantará a taça, isso é questão de tempo apenas - se estenda pelas próximas três rodadas que ainda restam para o campeonato acabar.

Só os frios números insistiam que estava tudo em aberto no Brasileirão. Mesmo com os frequentes tropeços no segundo turno, apesar de uma campanha irretocável no início da competição, dúvidas foram suscitadas acerca da capacidade dos comandados de Fábio Carille. Mas depois do Derby paulista tudo voltara ao normal. Historicamente, o Timão ressurge em clássicos. Foi assim na Libertadores, foi assim no Paulistão nos primeiros meses deste ano, é assim desde 1910.

Para chegar a situação tão confortável os corintianos superaram inúmeras adversidades – uma delas foram as análises idiotas de comentaristas nas mesas redondas. É verdade que o grupo que dispõe Carille não é visto como “top”. Não há estrela, tampouco craques. Um time mediano, digamos. Tanto que antes de o Brasileirão iniciar supunha-se que o Timão ficaria na parte de cima da tabela, mas não iria permanecer o topo, e com vantagem considerável durante boa parte do torneio.  

Você sabe que a fiel torcida só tem uma frase na ponta da língua neste momento: dinheiro realmente não compra títulos. Ao contrário da quantia gasta pelo Palmeiras, que desembolsou junto com a Crefisa R$ 110 milhões, a equipe alvinegra foi bem moderada em seus gastos. Desde o centroavante até o treinador, o Timão era não contava com ninguém badalado – no máximo o meia Jadson, e olhe lá. Ainda assim ele não encheu os olhos do torcedor, pois oscilou demais durante o torneio.

Após a sequência de derrotas e empates no returno, que serviram apenas para provocar ilusões nos adversários, o Corinthians esteve lá na ponta da tabela, firme e forte. Os outros, que gozavam de um cofre generoso, contentaram-se com G-4, G-7 e outras siglas. Inclusive, a massa alvinegra deve lembrar da infeliz colocação de Renato Gaúcho. Para o treinador gremista, era questão de tempo para a equipe de Carille despencar na competição, o que não aconteceu, para a tristeza do gaúcho e furor da Fiel.

O futebol jogado nestas terras tupiniquins está longe do ideal, é verdade. Há evidentes dificuldade técnicas, criativas. Treinadores são arrogantes e estão totalmente presos às amarras da década passada. Nada disso, porém, foi capaz de tirar o mérito da trajetória alvinegra, nem torna o título menos importante ou digno de dúvidas e questionamentos baratos. Houve trabalho, dedicação e inquestionável eficiência dos corintianos, sobretudo em jogos importantes – e que sejamos respeitados por isso.  Que venha a merecida festa hoje ou nos próximos dias.


domingo, 5 de novembro de 2017

Após vitória no derby, Timão abre seis pontos

Comandados de Fábio Carrile ampliam vantagem, e estão mais perto do título

Sempre que se viu em risco o Corinthians contou com o apoio de sua torcida. Neste domingo (5), não foi diferente. Precisando da vitória para se distanciar do Palmeiras, e pôr mais três dedos da mão esquerda na taça, o Timão viu a Fiel fazer festa nas arquibancadas da Arena. E, como em inúmeras outras vezes, o poder do ‘bando de louco’ mostrou-se eficaz.

Mais de 46 mil pagantes empurraram a equipe alvinegra parda cima do Palmeiras nesta 32° rodada. Quando o assoprador de apito decretou fim de jogo, o Corinthians vencia o rival por 3 a 2. Os gols da partida foram marcados por Romero, Balbuena e Jô. Mina e Moisés descontaram para os visitantes. Com a vitória, o Corinthians chegou aos 62 pontos e ganhou um alivio para seguir na briga pelo título.

Agora, a vantagem do alvinegro chega a seis pontos sobre o Santos, que está na segunda colocação, e oito diante do Palmeiras, que figura na terceira posição na tabela. Mas o comandante corintiano, Fábio Carille, crê que o campeonato ainda está em aberto, e é cedo demais para cantar vitória, já que as equipes que estão atrás do Timão são rivais.

“Independente do resultado, o campeonato vai continuar em aberto, não vai definir nada. Se a gente não vencer, a chance do Palmeiras fica mais clara. Se vencermos, aumenta, mas nada definido. Se empata, ficamos a cinco pontos. Mais do que matemática, a vitória dá uma moral ao vencedor”, comentou Carille, antes de a bola rolar.

A torcida, que havia rompido os dias amorosos com o treinador, de mais um voto de confiança para a equipe e seus jogadores. Como prova disso, ao final da partida, os torcedores aplaudiram em uníssono o arqueiro Cássio. Estenderam ainda uma faixa em mosaico em que se lia “Bicampeão Mundial”. Afinal, para as coisas saírem dentro do esperado, era primordial alfinetar o rival.

O Jogo
No ano em que Corinthians e Palmeiras celebram o centenário da maior rivalidade do futebol paulista - e brasileiro -, o último ato do derby paulista teve um capítulo à altura da tradição. Logo que o juiz Anderson Daronco deu o ponta pé inicial, o Palmeiras tomou a iniciativa do jogo. O Corinthians se adaptou ao estilo de jogo do rival, e deixou-o com o controle do certame. Mas não por muito tempo.

Porque as fragilidades do alviverde foram expostas, principalmente dos laterais Mayke e Egídio. Aos 27 minutos, Rodriguinho fez boa jogada pela esquerda, livrou-se da marcação e chutou para o gol. A bola, que ia para fora, foi desviada para o fundo das redes pelo paraguaio Romero, que estava cinco centímetros à frente da linha da bola, motivo suficientes para comentaristas chiarem nas mesas redondas.

Minutos depois, outro paraguaio, Balbuena, ampliou o marcador. Neste momento da partida, o Palmeiras tinha mais de 60% da posse de bola, mas não sabia onde pô-la. De repente, também em cobrança de escanteio, Mina cabeceou e reduziu o déficit, o que jogou um banho de água fria no Corinthians.

Todavia, não houve tempo para que os visitantes pudessem, como diz aquele narrador, “gostar da partida”. Isso porque aos 36, Edu Dracena cometeu pênalti em Jô, que bateu no cantou esquerdo de Fernando Prass e fez 3 a 1.

Na etapa final, muito mais travado, feio e lento que o primeiro ato, o técnico palmeirense tentou fazer algumas modificações em sua equipe. O Corinthians, em contrapartida, esperava a oportunidade para encaixar um contra-ataque e liquidar a fatura. Tenso e nervoso, o rival não conseguia penetrar a área adversária. Final de jogo. O Timão está quase lá.



domingo, 15 de outubro de 2017

O topo ainda é alvinegro

Para os corneteiros de plantão não se esquecerem: o topo da classificação ainda é alvinegro. Mesmo com a derrota para o Bahia neste domingo (15), em Salvador, o Timão vai continuar na primeira colocação do Brasileirão, e com uma mão e cinco dedos na tão sonhada taça. Mas a diferença, que era de dez pontos até ás 19h pode reduzir a sete, caso o Santos vença o Vitória na próxima segunda-feira (16).

A atuação do Timão evidenciou bem a dificuldade que o time de Fábio Carille tem de converter jogadas em gol neste segundo turno. O Bahia, que não tem nada a ver com isso, e é um anfitrião respeitoso, iniciou a partida tocando a bola de lado, com paciência, cadenciando o jogo. Na verdade, isso não adiantou praticamente nada – só suscitou bocejos nos ressaquiados -, porém não serviu para o time baiano levar nenhum susto.

Exatamente como havia ocorrido contra o Palmeiras, na rodada anterior, no Pacaembu, a melhor opção para o Bahia era Edigar Junio, todavia Zé Rafael queria jogo, e o buscava nas tabelas com Rodrigão, que jogara no Santos, para concluir as tramas do ataque baiano. O Corinthians, por sua vez, tentava responder com suas manjadas jogadas pela direita, com o paraguaio Romero.

Na direita, Romero tinha sérias dificuldades em furar a retaguarda do Bahia. Mas, logo na primeira vez que resolveu jogar pela esquerda, Guilherme Arana mandou um cruzamento rasteiro para o centro da área, sem que ninguém empurrasse a pelota às redes. Depois disso, o Timão chegou a arrumar alguns espaços na defesa adversária.

Do lado baiano, medo era uma coisa inexistente. As jogadas ofensivas surgiam sempre dos pés de Rodrigão, quando saia da área e levava para si toda a marcação da zaga corintiana. Com isso, surgia um buraco ali no miolo da zaga, e a festa era fácil de acontecer no salão alvinegro. Aliás, aos 23 do primeiro tempo, Zé Rafael quase marcou um gol, mas Cássio jogou a bola para a linha de fundo.

Pela direita, Romero finalmente conseguiu encontrar alguns espaços. Foi assim que ele quase criou a melhor chance do primeiro tempo. A jogada nasceu após cruzamento do paraguaio na cabeça de Jô, que exigiu boa defesa do arqueiro baiano. Instantes depois, o comandante corintiano resolveu mudar a equipe, trocando Jadson por Marquinhos Gabriel. O camisa 10 teve atuação apagada, e o narrador quase não falou o nome dele na partida.

A ideia de Carille era deixar o ataque mais solto com a mudança para a equipe conseguir agredir mais o Bahia. Porém, apenas aos 45 minutos da segunda etapa, surgiu uma oportunidade de gol na partida, cujo entretenimento era o sono pós-ressaca. Maycon, em rebote, encheu o pé dentro da área, mas a bola parara no meio do gol, para tranquilidade de Jean.

Ninguém jogava bem. Na verdade, a equipe anfitriã viu seu rendimento despencar. O tal Rodrigão jogava mal, e saiu de campo irritado quando foi substituído, parecendo um craque que está na lista dos cem melhores do esporte bretão. Recusou-se, ridiculamente, a cumprimentar o técnico Paulo César Carpegiani.


Para sair um gol, alguém teria de cometer um erro escabroso. E, por ironia do destino, foi justamente assim que o Bahia venceu o líder Corinthians. Na defesa alvinegra, o lateral Fagner tentou girar com a bola dominada, mas acabou sendo desarmado por Edigar Junio. Vinícius, que pegou a sobra, chutou a pelota para o alto. Bagunçado, o Corinthians ainda tentou se mandar para o ataque atrás do gol, com Cássio e tudo. Na sequência, Marquinhos Gabriel errou um passe que armou a jogada para Régis sacramentar a vitória, e tirar o angustiante zero do marcador.

Corinthians começa contagem para ser campeão

Quinze pontos. Essa é a meta para a torcida corintiana gritar o tão sonhado “é campeão”. Com isso, as ruas boêmias de várias cidades do Brasil ficarão tomadas pelos cânticos uníssonos bradados por alvinegros. O sorriso será obrigatório no rosto do vendedor da loja de calçados e do dono daquele boteco da esquina que vive com sua camisa do Corinthians com o mítico número 7 de Marcelinho Carioca estampado nas costas.

Nas contas de Fábio Carille, o Timão precisa de apenas 15 pontos para sagrar-se campeão. A conta começou a ser feita pelo comandante ainda no primeiro turno, quando a equipe estava voando ante os demais adversários. “Eu não falo muito sobre isso, mas tenho uma ideia de quantos pontos precisamos”, disse o treinador, no final de julho, à Folha.

Neste domingo (15), às 19h, a contagem pode ser aumentada contra o Bahia. E, enquanto os olhos alvinegros estarão concentrados na partida de Salvador, os ouvidos ficarão atentos no certamente de Santos e Cruzeiro, que enfrentam Vitória e Coritiba, respectivamente. Se os concorrentes pelo título perderem e o Timão vencer, a diferença ultrapassa os dez pontos.

Segundo Carille, ainda faltam pelo menos cinco vitórias para que o grito seja extravasado pelas gargantas de quase 30 milhões de loucos. Com isso, o Timão chegará a 73 pontos, o que representa aproveitamento de 64% dos pontos disputados, configurando a pior média para um campeão brasileiro desde que o sistema mundialmente consagrado – os pontos corridos – começou a vigorar 
em 2003.

O goleiro Cássio, autor de boas defesas contra o Coritiba, declarou que os resultados estão sendo legais com o Corinthians. “Estamos com os pés no chão. Não acho que pioramos no segundo turno. O que aconteceu foi que no primeiro turno houve jogos em que não jogamos tão bem, mas vencemos”, disse o arqueiro.

Última rodada

Na rodada passada, a intenção dos adversários era até se aproximar do líder. Porém, o Santos empatou com a Ponte Preta, em Campinas, enquanto o Cruzeiro, que está em 3° colocado, não perde a sete jogos. No entanto, quando os mineiros enfrentaram o Timão, não saíram do zero a zero. Já o Grêmio, que passou boa parte do torneio como uma ameaça aos paulistas, agora foca no confronto contra o Barcelona, do Equador.   

Pelas contas de Carille, bastam cinco vitórias em casa, contra Grêmio, Palmeiras, Avaí, Fluminense, Atlético-MG. A frieza dos números mostram que – até o momento – o timão venceu nove dos 14 jogos disputados em casa. Mesmo com a queda de rendimento, a proximidade do título vem acontecendo.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Timão conta os segundos para gritar “é campeão”

Contando os segundos. Assim está a torcida corintiana após a vitória do alvinegro na noite de ontem (11) contra o Coritiba na Arena Corinthians. Com o resultado, o Timão abriu onze pontos de vantagem do Cruzeiro, que está na segunda colocação e vê a chance de conquistar o Brasileirão cada vez mais distante. Na próxima rodada, os comandados de Fábio Carille vão a Salvador duelar contra o Bahia.

A vitória fez o Corinthians manter uma tranquila vantagem no topo da tabela. Porém, o rendimento da equipe caiu no segundo turno. Na primeira parte do campeonato, por exemplo, o Timão teve aproveitamento de 82,4%. Atualmente, o desempenho é de 45,8%, o que fez com que o time perdesse pontos importantes e suscitasse discussões sobre a capacidade de conquistar o título do Brasileirão.

Ledo engano, porque onze pontos não são fáceis de reverter, ainda mais num torneio equilibrado como o Brasileirão. De agora em diante, a conquista do título é questão de tempo. E a Fiel sabe disso, mas prefere não gargantear por aí que o título já é do Parque São Jorge. Bem faz o bando de louco, pois arrogância no futebol – como na vida – é completamente desnecessária, além de promover falatórios cretinos.

Além disso, o nome que está na boca da Fiel é do meia-atacante Clayson, 22, que salvou mais uma vez o Corinthians. Novamente, ele marcou os gols da vitória da equipe. Com isso, o jogador tem quatro gols marcados nas últimas três partidas. Em todos os jogos, o meia saiu do banco de reserva e balançou as redes na reta final dos jogos.

Contra o São Paulo, no majestoso do segundo turno, o camisa 25 anotou o tento aos 33 minutos do segundo ato do certame. No empate contra o Cruzeiro, ele marcou aos 39 minutos e fez com que o Timão tivesse maior tranquilidade para administrar a liderança do campeonato. Após a partida, o treinador Fábio Carille exaltou a atuação do jogador – que chegou ao alvinegro depois de ser vice-campeão paulista pela Ponte Preta.

“Clayson é um fazedor de gols, ele leva, constrói, tem um contra um. Trabalhamos muita finalização para que ele melhore. Chuta bem, pega bem na bola. Estamos criando situações para que ele finalize. Fizemos um primeiro turno maravilhoso com uma base, mas ele está buscando seu espaço. Estamos muito com ele”, disse o treinador.


Desconfiança. Essa era a palavra mais falado pelos corintianos quando a contratação do ex-atletico mineiro foi anunciada. Era difícil encontrar algum torcedor que estivesse entusiasmado com a contratação de Jô, na janela de transferência do início deste ano. Todavia, o jogador vem mudando – ou mudou – a concepção da torcida sobre si.

A boa média de gols não está estampando sorriso apenas à face dos corintianos. O próprio Jô, que durante coletiva após treino na manhã de hoje (12), não conseguiu esconder a satisfação de ser um dos nomes mais importantes do Timão na temporada.


“Eu esperava fazer um bom ano, mas não nesse nível, até pelo tempo que eu fiquei parado. Devo muito ao trabalho da equipe, porque todos confiaram em mim e entenderam minha maneira de jogar”, afirmou o atacante.

domingo, 27 de agosto de 2017

Idiotas da objetividade dizem que o Corinthians está em alerta

Amigo corintiano, amigo sofredor, é o seguinte: a derrota do Timão no último sábado (26) para o Atlético Goianiense suscitou análises entremeadas pelo óbvio ululante, desculpe titio Nelson, tento não lhe roubar vocábulos. Com apenas um clique se vê na internet comentários salientando que o Corinthians precisa ficar com os dois olhos abertos.

Calma. Ora, meus amigos, foi a segunda derrota do time de Fábio Carille no campeonato! Tudo bem, o outro revés fora contra o Vitória, em casa. Mas, reconheçamos, nem de longe o Timão está em má performance. Inclusive, é perfeitamente compreensível um time perder uma ou outra peleja num campeonato que extenso, de 38 rodadas.

Agora, bradar aos borbotões frases feitas, numéricas, contra o Corinthians é o esgotamento humano. O alvinegro é humilde. Time do povo. Em entrevista após o jogo, o atacante Kazim pediu desculpas: “Sou homem”. Tá bom. A gente sabe. Quem nunca cometeu alguma gafe na vida que atire a primeira pedra.

Atualmente, paladinos da moral se espalham em velocidade alucinante pelos quatro cantos do Brasil. Nas redes sociais, meu caro Umberto Eco, eles estão aos montes, destilando suas meias verdades sobre as coisas da vida, dá para acreditar?

Aqui na terra há muito samba, futebol e rock and roll. E, é claro, há também os sábios de mural, aqueles que arrotam suas premissas petulantes sobre o esporte bretão. Meus amigos, a vida não é fácil e o futebol, como a representação máxima das angústias humanas, melhor do que qualquer peça shakespeariana, não poderia, jamais, ser perfeito.

Precisa haver dor, choro, porres, gritos e xingos. É natural, é um estado de espírito, assim como o grito da vitória que sai da garganta do torcedor após aquela jogada digna de um quadro de Caravaggio.  

Voltando ao início desta bagunçada crônica: calma, muita calma, pois o Timão ainda está bem na fita. Abraço. Até a próxima. 

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Salto alto não bastou ao Brasil

Minutos antes de começar o certamente, abri uma garrafa de cerveja e enchi meu copo. Jorge da Silva, 41, trabalhador da roça, estava fumando um cigarro, encostado numa num pilar de mármore. Estou no Alphaville. Casa de Paulo César da Silva, 57, magnata do futebol, irmão de Jorge. Ele vestia a camiseta do Atlético-GO, seu time do coração. Prontamente, teci uma piada: “Brasil vai se perder hoje, só por causa da tua camiseta”.

As afinidades com a Alemanha eram visíveis no ambiente. Meu pai, cujo sobrenome é “Beck”, natural de Sttugard, no oeste do país, bradava que “o Brasil merece perder a partida”. Neto de alemão, ele afirmava que a pátria de chuteiras ainda era “medíocre”. Mesmo com cinco títulos. Meu pai, porém, não entende rigorosamente nada sobre o esporte bretão, e eu, é claro, nunca perco a chance de alfinetá-lo, o que o deixa completamente fora de si.

“Não dá, de jeito nenhum, jamais”, brada Wesley, filho do dono da casa, enquanto teclava num aparelho que mais se assemelhava a uma tela de cinema do que um celular propriamente dito. “Só temos o Neymar, e ele está machucado”, lamentou, criticando a irresponsabilidade de Zuniga, lateral da Colômbia, que tirou o craque brazuca da peleja.

A casa era enorme. Parecia a residência de Jay Gatsby, o famigerado personagem de O grande Gatsby. Era fácil de perde-se nela. Para não ocorrer esse risco, maneirei a bebida no início. Mas, quando a seleção canarinho levou o primeiro gol, por volta dos cinco minutos do primeiro tempo, fiz uma avaliação completa de tudo o que acreditava naquela noite. E, imediatamente, enchi mais um copo de cerveja, e bebi uma dose de cachaça.

Gol da Alemanha. Jorge, coração selvagem, abaixou a cabeça, e acendeu mais um cigarro. O primeiro tempo já havia acabado, e a seleção alemã abrira cinco gols de vantagens, somente no primeiro tempo.
Jorge volta com um litro de aguardente. Dos bons. “Rapaz, acho que o Brasil não tem mais chance, não”, afirmou. Ao voltar para pegar a trilha ao banheiro, eis que senti uma pancada: uma porta caíra em minha perna, e por pouco não a partiu.

Tudo certo. Meu telefone toca. Bêbado, meu irmão esbravejou: “O Brasil é uma equipe safada, não sabe jogar futebol. Apostar num piá de merda é pra acabar”, assevera.

A bola rola. Segundo tempo. Oscar, o menino que é incapaz de olhar nos olhos de um jogador alemão, marca o tento de honra do escrete canarinho. “Ele não é ruim de bola, esse menino, acontece que o futebol dele é fraquíssimo. É impossível de imaginá-lo com a camisa da seleção, que é totalmente pesada”, pontua Jorge, zagueiro de futebol de várzea.

O jogo está próximo do fim. Não há nada para se fazer, a não ser sentar e chorar – ou se embebedar para esquecer o vexatório 7 a 1. Pior derrota e, certamente, a mais humilhante da seleção em Copas do Mundo. Até os cães devem estar chateados pelas ruas. Os prostíbulos devem estar lotados de gente atrás de um consolo, ou de alguém para lhe acariciar os cabelos. Alguém que escute o pobre diabo que diariamente é sugado pelo patrão.


Arrogantemente, a seleção brasileira, de Garrincha, Pelé, Rivelino, Gerson, Zico, Sócrates, Romário, Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho, entrou em campo com a convicção de que bastava empinar o salto e tudo estaria resolvido. Não. Salto final: Alemanha 7x1 Brasil. Que vergonha. No rádio, Jorge pôs um clássico da dupla Zezé de Camargo e Luciano.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Dono da meta

Amigo torcedor, amigo secador, chama-me a atenção os milagres que nosso arqueiro, a muralha Cássio, vem protagonizando neste campeonato brasileiro. Bem, no início do ano, os especialistas afirmavam que o Timão não teria chance alguma no brasileirão. Eis que o inevitável está acontecendo, e o Corinthians é líder supremo da competição.

Por conta da partida deste sábado (8), contra a Ponte Preta, o único time que é centenário e não conquistou nenhum título, o goleiro Cássio merece ser personagem da semana. Quando a Macaca teve a chance, na marca de pênalti, à frente dele, o desgraçado ficou sério, estático e defendeu o tiro. “Tornou-se ídolo”, bradou o motorista da firma. “Quero ver uma crônica sobre ele”, pediu o outro.

Bem, Cássio tem a frieza que lhe é necessária de baixo da trave. Pode chutar Luan, o tal sujeito que dizem ser melhor que Pelé, Emerson Sheik, ídolo do Timão por causa dos gols feitos na decisão da Libertadores. Não adianta. Cássio é maior que todos eles juntos, ainda que digam-lhe palavras absurdas, como no passado. É, reconheço, não foi uma época muito boa para ele.

Torcedor, caros amigos e amigas, significa, antes de tudo e sobretudo, despir-se de quaisquer amarras que lhe travestem o senso do ridículo. Mira num cara assistindo ao jogo do seu time, e você verá. Melhor: deixe-o maravilhando-se e xingando os jogadores dentro de campo, mesmo que ninguém lhe ouça.

E digo mais: torcer é um caminho sem volta, torcer para o Corinthians, então, é saber que você vai morrer com uma enfermidade alvinegra, sem cura e altamente apaixonante. Às vezes, o infeliz fica desgostoso com o Time, cobra mais seriedade. Mas, em outro casos, finge que não está nem aí para a pelota – é raro de se acontecer, mas também rola.


É aquela velha máxima, amigos: homem que é homem, bato na mesa do boteco, pode até mudar de sexo, mas não muda de time – de jeito nenhum. E para findar com chave de ouro esta confusão literária que você inexplicavelmente conseguiu chegar até aqui: Cássio está no gol do Timão, e dificilmente algum centroavante abusado irá deixá-lo a ver navios. Simples assim.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Maradona, el diós de la pelota

Diego Armando Maradona é o cara que curtimos odiar. Claro que há aquela coisa de que ele é argentino, fomentada pela televisão nas partidas que são narradas pelo mestre do bordão “olhe o gooolllll”. Maradona, caro Eduardo Galeano, craque mor das letras latino-americanas, jogou, venceu, mijou e perdeu. E usou seu corpo como metáfora do sofrimento que lhe impuseram.

Sim, Maradona foi gênio da pelota, gênio, sim, o que o tornou, sem dúvida, intragável pelos fanáticos da camisa canarinha, sempre reivindicando para nosotros o monopólio da arte de jogar futebol. Maradona afrontou o poder, denunciando os horários desumanos das partidas que atendiam os interesses das televisões nas Copas de 1986 e 1994. O desfecho não podia ser diferente: cilada.

A efedrina, substância que foi encontrada em seu exame de antidoping, não é considerada droga estimulante no esporte estadunidense, mas é proibida em competições oficiais. Houve escândalo e, é claro, arautos da moralidade, como o burocrata da Fifa, Joseph Blatter, que nunca chutou uma bola na vida, disseram que o último craque argentino foi Di Stefano. Com isso, vendaram os olhos do mundo para um dos maiores talentos que o esporte já viu.

Com sangue nos olhos por causa da Guerra das Malvinas, quando a ditadura argentina enviou para as ilhas um bando de rapazes sem treinamento, “calçados com tênis Flecha”, como descreve Maradona, para duelar contra a terceira maior potência militar do globo. “Os argentinos, se pudessem, gostariam de metralhar todo o time inglês”, afirmou.    

Maradona não simpatizava nem um pouco com os gorilas ufanistas que estavam no poder e não tornou a partida, tampouco o gol, uma vendeta patriótica. Embora ele enxergasse ali, en la mano de diós, “um extraordinário sentido de destino”. Durante a Copa de 1986, as articulações de bastidores mostram que ele tem o falta em Messi: coragem.

Faz sentido, e isso é mais do que qualquer comparação esdrúxula saída das páginas de míopes que nunca se emocionaram na explosão de um gol. Maradona, também, ganhou o primeiro Scudetto da história do Napoli. Time do sul da Itália, região que é condenada às fúrias do Vesúvio, gritou efusivamente com o triunfo ante os poderosos do norte branco.

Antes de deixar Nápoles, o São Gennaro, pressionado pela camorra, máfia que manda na cidade, estava jogando contra a vontade e, então, explodiu o incêndio de que o rebelde argentino estava consumindo cocaína. Maldosamente, passaram a chamá-lo de Maracoca e o rotularam de delinquente. Era tudo o que a sombria multinacional do futebol queria.

Mestre da finta, Maradona detém até hoje o recorde de faltas sofridas numa Copa (na do México de 1986) e faltas numa só partida de Mundial (23 faltas contra a Itália, na Copa da Espanha, em 1982). Apanhou muito, era ferozmente cassado em campo. Mas respondia ali mesmo. O peruano Luis Reyna protagonizou um episódio que é difícil de se esquecer. Ele foi incumbido de marcar de perto o craque, e quando Maradona recebeu atendimento fora do campo, o peruano seguiu ao seu lado, fora de campo, e o jogo seguiu.

Gênio, saliento. Dentro e fora de campo, e dane-se a tal da rivalidade argentina que enfiaram em nossas cabeças. Genial e genioso, Maradona é o típico personagem da modernidade capitalista, homem desajustado, contraditório, personifica, na essência da dialética, o conflito. Mas, como todo mestre, soube produzir com sua arte, os pés, beleza de se encher os olhos de lágrimas. Isso em tempos que o futebol já estava tornando-se adepto do resultado, e não da folia. Só que Maradona era rebelde.

Do subúrbio de Buenos Aires, ele foi filho da dificuldade. Certamente isso explique o porquê de tantas subidas e descidas nos graus que a vida e a fama lhe impuseram. Se fosse música, o craque teria de ser o Nirvana, de Kurt Cobain, ou o Alice in Chains, de Jerry Cantrell. Se a pintura fosse retratá-lo, haveria de chamar o comunista, assim como o argentino, Pablo Picasso. Já se a literatura o transformasse em personagem, ele seria escrito por Eduardo Galeano, marxista e humanista, assim como o craque, quiçá Garcia Márquez, também esquerdista.


E, já ia me esquecendo, se Che Guevara, quem Maradona tem tatuado no braço fosse vivo, em gratidão, o arquiteto da Sierra Mestra haveria de desenhar o rosto do ídolo argentino no braço direto. Em gratidão. Por tudo.

domingo, 25 de junho de 2017

Cássio defende pênalti, e Corinthians vence o Grêmio e se mantem na ponta

Jadson comemora gol com Rodriguinho. Foto: Rodrigo Cazzanel/ Agência Corinthians
“Futebol se ganha com inteligência”. A frase usada pelo treinador Fábio Carille antes do jogo foi seguida à risca pelos jogadores do Timão. Com o propósito de marcar atrás da linha da bola, o Corinthians venceu o Grêmio por a 1 a 0, neste domingo (25), em Porto Alegre, pela décima rodada do Brasileirão.

O resultado pôs a equipe Alvinegra com folga na liderança – com quatro pontos a mais do que o Grêmio, vice-líder. A invencibilidade também aumentou: são 23 partidas sem perder. A última derrota foi para a Ferroviária, em 19 de março, quando entrou em campo com formação mista.
Pelo lado corintiano, houveram dois destaques. O primeiro foi o goleiro Cássio que defendeu cobrança de pênalti de Luan. O outro foi Paulo Roberto que fez a jogada do único gol da partida, rolando para Jadson abrir o placar na Arena, no segundo tempo.

A vitória deixou a diretoria Alvinegra feliz, pois eles tinham como objetivo voltar com, pelo menos, um ponto na bagagem para São Paulo. Agora, o Timão se concentra para dois jogos consecutivos em casa. No dia 2 de julho, o Corinthians enfrentará o Botafogo e, no dia 8, a Ponte. Caso vencer, o Alvinegro poderá se distanciar ainda mais na ponta da tabela.

Já o Grêmio duelará com o Palmeiras, fora de casa, e na sequência recebe o Avaí. A justificativa dos gaúchos é que eles estão em mais duas competições – Copa do Brasil, onde enfrentará o Atlético Paranaense, e Libertadores, onde pega o Godoy Cruz pelas oitavas de finais.

O Corinthians tem apenas a Copa Sul-Americana. Na segunda fase, o rival será o colombiano Patriotas. O jogo de ida está marcado para o dia 28, na Colômbia.

O jogo

“Aqui é o país do futebol”. A música de Wilson Simonal traduziu este domingo. Mesmo sem sair nenhum gol no primeiro tempo, Grêmio e Corinthians fizeram uma partida que não era chata de se ver. Os dois times se estudaram bastante, mas a primeira grande chance de gol partiu do Alvinegro. Em arrancada, o volante Paulo Roberto bateu no canto direito de Marcelo Grohe e, no rebote, a zaga afastou antes da chegada de Jadson.

O time tricolor, porém, tinha mais volume de jogo. E não passava disso. Cássio teve de fazer algumas defesas, mas mostrou-se muito bem quando exigido. A grande oportunidade, no entanto, esteve nos pés do zagueiro Geromel que, livrinho da silva, mandou por cima da meta corintiana.

No segundo tempo, as duas equipes começaram a partida com a mesma postura. O Corinthians tinha paciência – uma das virtudes de seu futebol – e, com isso, conseguiu controlar o ímpeto do Grêmio, cujo falatório durante a semana os colocou como reais favoritos para o triunfo deste domingo.

Paulo Roberto, todavia, ganhou dividida pela esquerda e cruzou rasteiro para Jô, que não conseguiu dominar. A pelota, entretanto, sobrou para o meia Jadson bater de canhota para o gol, passando por baixo das pernas do arqueiro gremista.

Desesperado, o Grêmio lançou-se para o ataque e teve algumas chances de empatar a partida. A primeira delas, aos 20 minutos, saiu dos pés de Pedro Rocha, que recebeu dentro da área e tocou para Luan. O camisa 7, de bico, mandou para o gol e Cássio fez uma defesa sensacional.


Sobrou tempo, ainda, para Marquinhos Gabriel fazer um ato impensável. O meia corintiano puxou a camisa de Geromel a três passos do juiz, que assinalou penalidade máxima. Luan cobrou, mas Cássio defendeu. Nos acréscimos, o arqueiro fez outra boa defesa em chute de Gastón Fernandez. A vitória corintiana estava asseguradíssima. 

Diferentes, Renato Gaúcho e Fábio Carille duelam pela ponta da tabela

Fábio Carille, 43, começou como meia-atacante no futebol do interior paulista. Foi recuando, recuando e terminou a carreira na zaga, o que surpreendeu seus amigos antigos. Já Renato Gaúcho, 54, começou como atacante e terminou como atacante. Hoje, ele mantém característica de ser ofensivo.

Líder e segundo colocado, respectivamente, eles se enfrentam na tarde hoje (25), em Porto Alegre. No entanto, os dois são opostos. Carille é discreto, toma cuidado nas entrevistas coletivas, pensa muito antes de abrir a boca. Renato Gaúcho é mulherengo, falastrão, passa facilmente a imagem do “eu ganhei”. Em 2008, quando conseguiu um dos maiores resultados da história do Fluminense ao eliminar o Boca Juiniors, na semifinal da Libertadores, o treinador ficou sozinho no meio-campo do Maracanã. Só saiu de lá quando teve certeza de que a imagem foi captada pelas câmeras.

“O Renato é uma pessoa interessada. Ele acompanha jogos pela televisão e tem preocupação em saber sobre o time adversário. Ele busca essas informações com nosso setor de análise de desempenho. Ele valoriza o plano tático. O time do Grêmio é bem armada, bem montado”, afirma Valdir Espinosa, 69, à Folha, coordenador técnico da equipe gaúcha.

Contratado sob desconfiança, o atacante Jô diz que Carille sabe tudo o que ocorre em campo e, além disso, tem um preocupação sobre o que o time pode – ou não – produzir. “Quando o Corinthians entra em campo, tem consciência do que deve fazer”, pondera o artilheiro Alvinegro.

A formação de treinador de Renato, para alguns, foi inesperada. Mas o mesmo não se pode dizer de Fábio Carille, que teve carreira discreta em times do interior paulista. “Desde cedo você podia perceber que Fábio seria treinador. Ele estudava, sabia tudo”, declara Estevam Soares, 61, também em entrevista à Folha. Estevam foi responsável pela promoção de Carille a assistente em Barueri.

Renato, no entanto, é amante do Rio, do futevôlei e orgulha-se da fama de namorador. Causa polêmica frequentemente como quando afirmou que não aprenderia na Europa mais do que já sabe. Mas quem convive com ele assegura que esta imagem não condiz com a realidade. “Eles procura se informar sobre o time adversário e conversa com três profissionais de análise de desempenho que o clube possui”, diz o superintendente de futebol do Grêmio, Antonio Carlos Verdi, 83, que é considerado o “pai” de Renato no clube dos pampas.


Os dois, além de tudo, possuem diferença tecnológica. Antes das partidas, Carille manda mensagens descontraídas para os amigos no whatsapp, mas Renato dispensa o aplicativo. Preferências à parte, os dois protagonizaram o duelo mais esperado deste início de campeonato brasileiro. Quem vencer fica na liderança.

sábado, 17 de junho de 2017

Com Fagner e Rodriguinho, Timão enfrenta Coritiba no Paraná

“Meu amor é o timão”. Assim cantou Adoniran Barbosa, no clássico Meu amor é o timão. Hoje (18) o Alvinegro entra em campo para enfrentar o Coritiba, às 11h, no Couto Pereira, pela 9° rodada do campeonato brasileiro. Fagner e Rodriguinho, que estavam com a seleção brasileira na Austrália, estão de volta e viajaram para o Paraná.

A sequência do Corinthians é positiva. São seis vitórias contra Vitória, Atlético-GO, Santos, Vasco, São Paulo e Cruzeiro. E, ainda, um empate contra a Chapecoense. O Alvinegro chegou a 19 pontos ganhos em 21 disputados, configurando um dos melhores inícios na era de pontos corridos da história.

Será um confronto da parte de cima da tabela, uma vez que o Coritiba está na terceira posição com 14 pontos (quatro vitórias, dois empates e uma derrota). O zagueiro Werley disse que o Timão é “traiçoeiro” e, modestamente, o volante Alan Santos falou que este é o jogo “mais difícil do ano”.

Sucesso

Fora de casa o Timão é praticamente imbatível. A equipe já ganhou três jogos neste Brasileirão e tem o melhor aproveitamento longe da Arena. Para hoje, o Corinthians vem de três empates e duas vitórias no Alto da Glória nos últimos cinco anos.

Já o Coritiba venceu três jogos em seu estádio neste campeonato, mas ficou no zero a zero no último, na última quinta-feira (15), contra o Bahia. A equipe paranaense está em terceiro lugar na tabela, com 14 pontos.

Informações sobre o jogo:

Local: Couto Pereira, em Curitiba

Data e horário: domingo, 11h (de Brasília)

Provável escalação: Cássio, Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel, Maycon, Marquinhos Gabriel, Rodriguinho e Romero; Jô.

Desfalques: Danilo e Mantuan (machucados), Vilson e Léo Príncipe (em recuperação física)

Arbitragem: Marcelo de Lima Henrique (RJ), auxiliado por Dibert Pedrosa Moises (RJ) e Michael Correia (RJ)

domingo, 11 de junho de 2017

Corinthians faz de São Paulo maior freguês da Arena

Romero foi considerado o melhor jogador em campo. Foto: Daniel Augusto/Agência Corinthians
A música Aqui é o País do futebol, de Simonal, ilustrou bem a tarde deste domingo (11). De olho na liderança, o Corinthians venceu o majestoso por 3 a 1 e abriu três pontos de vantagem para o Coritiba. Romero foi o destaque da partida pelo lado Alvinegro, marcando gol e ajudando defensivamente a equipe.

Pela quinta vez no ano as equipes se enfrentaram, mas desta vez o Corinthians chegou à Arena como uma das sensações do Brasileirão. No início da temporada, comentaristas diziam que o Timão era a quarta força de São Paulo. Desde a inauguração da Arena, em 2014, o São Paulo não vence o majestoso na casa do rival.

A Arena é um problema para o São Paulo, que perdeu todos os jogos que disputou na casa Alvinegra. Em sete clássicos, o Timão chegou a cinco vitórias e dois empates. Na próxima quarta-feira (14), o Corinthians enfrenta o Cruzeiro, em casa.  

O Jogo

O Corinthians começou a partida pressionando o São Paulo em seu campo de ataque. Aos 6 minutos, Marquinho Gabriel recebeu na direita, puxou para o meio e lançou milimetricamente para Romero, que dominou e bateu rasteiro para abrir o placar.

Dominado e confuso, o São Paulo não conseguia jogar. As jogadas ofensivas eram neutralizadas pela defesa corintiana. Mas, aos 15 minutos do primeiro tempo, a zaga corintiana bateu cabeça e o São Paulo empatou a peleja. Em cobrança de falta, Gilberto cabeceou no canto direito de Cássio, que estático no meio do gol.

Estava tudo igual, mas o Corinthians tinha domínio do jogo. Após falha do zagueiro Maycon, Romero lançou Jô, que ficou cara a cara com o arqueiro sãopaulino. O atacante finalizou, porém no rebote o volante Gabriel desempatou o confronto. Novamente, o Timão estava na frente.

Na volta para a segunda etapa, Jô recebe na entrada da área, faz a finta e é derrubado. O assoprador de apito assinalou penalidade máxima, que Jadson converteu em gol, após a bola tocar no travessão sãopaulino. Mas ainda sobrou tempo para Wellington Nem descontar.